Acabei de voltar de uma viagem de enoturismo super gostosa pela Serra Gaúcha (Vale dos Vinhedos e arredores), mais precisamente pelas cidades de Garibaldi, Bento Gonçalves e Pinto Bandeira e queria deixar registrado aqui no blog minhas dicas e sugestões para quem está planejando uma enotrip do tipo. Por incrível que pareça a gaúcha aqui ainda não conhecia o famoso Vale dos Vinhedos. Então, em uma trip de 4 dias/4 noites, rodamos o Vale dos Vinhedos, fizemos os Roteiros Caminhos de Pedra, Cantinas Históricas e Vale das Antas e conhecemos as cidades enquanto visitávamos vinícolas e degustávamos seus vinhos e espumantes.

Eu adorei a viagem! Foi de última hora, estava no Sul, na casa dos meus pais procurando passagem para voltar pra São Paulo e bateu aquela vontadinha de fazer Enoturismo. E a vontade virou realidade, conseguimos uma boa hospedagem (em Garibaldi), convenci meus pais a irem conosco (para ajudar com o baby mas não só) e também encontrei um voo de volta para a São Paulo a partir da cidade de Caxias do Sul que caiu como uma luva no nosso roteiro. Melhor impossível!
Esse vai ser um post índice, irei listar o roteiro que fizemos, com restaurantes e vinícolas (para detalhes sobre cada dia do roteiro clique sobre cada link – em breve), falar um pouco sobre o hotel em que nos hospedamos e dar informações adicionais.
Como chegar na Serra Gaucha
A cidade de Caxias do Sul é uma excelente porta de entrada para quem pretende conhecer a região. O aeroporto é pequeno mas possui diversas locadoras de carro e está a uma hora de distância das cidades de Garibaldi e Bento Gonçalves. Também e possível contratar transfers a partir de lá. Eu considero melhor do que o aeroporto de Porto Alegre porem entendo que muitas vezes os horários reduzidos e o valor das passagens podem tornar a compra impeditiva.
Nos fomos de carro desde o interior, região central, até a Garibaldi e fizemos todos os passeios de carro próprio. Eu gosto do carro pela flexibilidade de escolher as vinícolas as quais visitar. Os passeios em grupo possuem visitas pré-definidas.
Ah, se você estiver em Gramado pode contratar passeio a partir de lá ou então alugar um carro, o importante é não esquecer que a visita a Bento Gonçalves e arredores pode ser muito bem combinada com Gramado/Canela se você tiver ao menos mais de 5 dias na região.
Principais atrações da Serra Gaucha
Sei que a princípio as informações no primeiro parágrafo podem ser um pouco confusas mas entender a forma como as principais atrações do lugar estão “dispostas” ajuda muito a organizar a viagem e evita ficar “indo e vindo” – embora as distancias sejam curtas, as estradas boas e não existam congestionamentos. Então vamos a um pequeno glossário:
Vale dos Vinhedos – estrada de charme onde encontram-se e a maior parte das vinícolas. Fica em Bento Gonçalves mas é acessível através de Garibaldi (linha Garibaldina). A estrada tem bifurcações, uma das mais famosas e o Vale Trento também chamado Linha Leopoldina. Clique no link para ver o mapa detalhado.
Rota das Cantinas Históricas – estrada de charme próxima a Bento Gonçalves, em direção a Faria Lemos. O destaque aqui são algumas vinícolas antigas de importância histórica mas o ponto alto na minha opinião é a Dal Pizzol.
Roteiro Caminhos de Pedra – outra estrada próxima a Bento Gonçalves, na direção de Pinto Bandeira. O destaque são as casas de pedra, por isso o nome, resquício da arquitetura italiana do lugar. O foco são restaurantes e outras opções gastronômicas.

Roteiro Vale das Antas – próximo a Bento Gonçalves, no distrito de Tuiuti esse roteiro é mais voltado ao ecoturismo. O ponto alto é justamente a ponte da qual o roteiro herda o nome. Fica aqui a vinícola Salton.
Rota dos Espumantes – não é bem um rota mas sim um conjunto de estabelecimentos/vinícolas que formam a rota. Nós visitamos alguns dos estabelecimentos.

Maria Fumaça – sem duvida a principal a atração da cidade. É um trem a vapor, com vários vagões, que faz o trecho Bento Gonçalves – Garibaldi-Carlos Barbosa. Apesar do trem ser grande a atracão e muito requisitada. Caso você queira fazer o passeio recomendo a compra dos ingressos com antecedência.

Nosso Roteiro de 4 dias na Serra Gaúcha
Primeiro Dia na Serra Gaúcha – dedicamos o primeiro dia a um overview, vistamos as cidades e as vinícolas maiores.
- Garibaldi e Vinícola Peterlongo
- Bento Gonçalves Vinícola Aurora
- Vinícola Salton
- Almoço (Dolce Gusto)
- Vinícola Dal Pizzol
- Jantar em Garibaldi (Hostaria Hotel Casacurta)
Segundo Dia na Serra Gaúcha – Vale dos Vinhedos (Linha Principal e Garibaldina)
- Vinícola Don Laurindo
- Vinícola Alma Única
- Vinícola Miolo
- Almoço Café Filo
- Vinícola Pizzato – Casa Merlot
- Jantar Primo Camilo

Terceiro Dia na Serra Gaúcha – Vale dos Vinhedos (Linha Principal e Leopoldina) e Pinto Bandeira
- Vinícola Lidio Carraro
- Visita e Almoço na Casa Madeira
- Artesanato do Vale
- Vinícola Valduga
- Vinícola Geisse
- Jantar Restaurante Santa Carolina

Quarto Dia na Serra Gaúcha – Roteiro Caminhos de Pedra
- Vinícola Cave de Pedra
- Almoço Hotel Dall Onder
- Parque da Ovelha
- Casa das Cucas e Erva Mate

Mapa com locais visitados na Serra Gaucha
Segue abaixo um mapa com todos os locais visitados para que você tenha uma ideia espacial das atrações e das distancias. Cada dia uma cor diferente e cada tipo de atração com seu icone específico.
Informações importantes para planejar uma viagem pela Serra Gaúcha
- Muito restaurantes abrem só para almoço e outros somente para o jantar; alguns só abrem em determinados dias da semana/feriados;
- Verifique também os horários, muitos servem almoço até às 14:30/15:00. No nosso caso era justamente quando batia nossa fome pois tomávamos um café da manhã prolongado, fazíamos uma degustação/visita a uma vinícola e só depois queríamos almoçar;
- Muitos restaurantes trabalham somente no sistema por lá chamado de sequência. Eu não gosto muito desse modelo, acho que se come e se gasta demais. Esteja atento a este detalhe;
- Muitas vinícolas têm horários pré-estabelecidos para visitas com ou sem degustação. Se você quer muito conhecer uma vinícola se informe antes e planeje o roteiro;
- A maioria das vinícolas fecha as 17 horas, além disso algumas vinícolas dispõem de almoço e piqueniques em determinados dias e horários. A Dal Pizzol por exemplo só abre o restaurante, estilo sequência, aos finais de semana, já o Geisse Open Lounge, que seria uma espécie de “wine bar”, funciona de sexta à domingo e também nos feriados, das 11 às 17.
Impressões sobre nosso roteiro
Apesar do improviso acabamos visitando as cidades e as maiores vinícolas nos primeiros dias e depois nos dedicamos às vinícolas boutique. Gostei do roteiro desta forma pois o melhor ficou para o final. Eu adoro vinhos e espumantes, bebo regularmente, já fiz cursos e já tive oportunidade de visitar vários países produtores e com isso fui sempre aprendendo mais e mais e devo dizer que essa viagem foi de muito aprendizado principalmente visitando as vinícolas menores e conversando com as pessoas que são apaixonadas por aquilo que fazem.
Também gostei da divisão do roteiro, visitamos poucas vinícolas mas com calma, sempre com uma pequena degustação no início da manhã, uma próxima ao almoço e outra no final de tarde. Em alguns casos degustamos apenas um rotulo, em outros dividimos uma degustação em duas pessoas, em nenhum momento queimamos a largada ou a chegada (risos) e com isso fizemos bons jantares e também aproveitamos as refeições para provar diferentes bebidas da região.
Se fosse mudar algo teria planejado melhor os almoços, em algumas situações não almoçamos tão bem quanto gostaria. Além disso, teria incluído a Vinícola Geisse, em Pinto Bandeira, no quarto dia de roteiro. Como nosso quarto dia era o dia da volta talvez fosse o caso de trocar e fazer o quarto dia no terceiro e vice-versa. Para maiores detalhes e sugestões não deixe de conferir os posts com as experiência vividas em cada dia de roteiro.
Onde nos hospedamos na Serra Gaúcha
Quando comecei a pesquisar hotéis iniciei por Bento Gonçalves, conforme fui planejando fiz uma reserva no Ibis em Carlos Barbosa mas no final, acabei optando pelo Hotel Dall Onder Ski em Garibaldi porque teria mais infra e espaço para nosso bebê.
Garibaldi não é o destino mais trivial mas eu gostei muito e indico a todos que buscam hospedagem na região. É menos turística e mais charmosa. A cidade é uma gracinha, é pequena, mas possui ótimas opções de restaurantes e de hotelaria. É muito bem cuidada, não vi nada, zerinho mesmo, de lixo nas ruas. A arquitetura tem ares de serra e o centro histórico é muito bem preservado.
No entanto, a escolha por Garibaldi deu-se em função do hotel, o Dall Onder Ski. Ele tem esse nome porque “a long time ago” tinha uma pista de esqui. Hoje em dia a pista não existe mais porém a reforma feita no hotel (recentemente reformado) mantem a história preservada. O hotel é muito bom e na minha opinião possui um excelente custo benefício (aprox. 200 reais a diária). É padrão 3 para 4 estrelas. Para começar ele fica no alto de um morro então a vista é muito bonita. É praticamente um mirante, ideal para observar o por do sol no final de tarde.

O lobby impressiona, muito bem decorado. A decoração é moderna porem remete a história da imigração italiana. É no lobby que funciona o restaurante e onde também é servido o café da manhã. O restaurante tem boas opções, é útil caso você não queira sair à noite e deseje relaxar no próprio hotel.

O café da manhã tem o estilo gaúcho. Muitos bolos, tortas e cucas, parecia até café colonial. Também tinha a disposição o café batido (até hoje só vi no Sul – café, açúcar e um pouco de água batidos, que viram um creme e servem como a base para um café com leite ou puro), muito produto da região à base de uva (sucos, geleias e chimias), além dos iogurtes da Casa da Ovelha, uma empresa da região que hoje em dia vende seus produtos por grande parte do pais.

Como opções de diversão o hotel possui academia e piscina térmica. Gostei da piscina mas acho que a área poderia ser melhor explorada, o bar que fica ao lado não vi aberto nenhum dia, sequer no sábado quando o hotel estava totalmente reservado.

Os quartos são amplos e possuem todas amenidades, como Tv, frigobar, secador de cabelo, ar-condicionado, limpeza diária. Nós estávamos com um bebê e ficamos em um quarto “acessível”, que por ser maior tinha mais espaço para o berço e um banheiro também enorme onde era fácil manejar a banheira. As fotos abaixo são do quarto em que meus pais ficaram.
Além disso, observei na foto abaixo (canto inferior direito), uma especie de espaço de serviços com um micro-ondas e tabua de passar roupas, achei otimo. Vai por mim, com bebe tudo que você quer é um micro-ondas no quarto, nesse caso, estava ao lado e facilitou muito nossa vida. Muito baby friendy! Todos os andares tinham esse cantinho.

Como foi ficar hospedada em Garibaldi e dirigir pela região
Uma preocupação inicial era a questão da distância e o deslocamento noturno. Como Garibaldi não está tão próxima do Vale dos Vinhedos quanto Bento Gonçalves sabíamos que teríamos que nos deslocar um pouco mais. No final e preocupação se mostrou indevida por 3 motivos:
- Jantamos quase todos os dias em Garibaldi, descobrimos ótimos restaurantes por ali e como a maioria dos restaurantes no Vale dos Vinhedos não abria para o jantar não nos deslocamos até lá à noite em nenhuma das noites;
- Atrás do hotel tinha uma pequena estrada de acesso que nos conectava diretamente com a estrada que liga Garibaldi à Bento Gonçalves, era muito prático ir e vir sem passar pelo centro;
- Para ir e voltar do Vale dos Vinhedos utilizamos na maior parte das vezes a Linha Garibaldina a partir do centro de Garibaldi; isto é, o Vale estava bem mais próximo de nós do que inicialmente imaginávamos.
É claro que nos deslocamos por toda a região e estradas mas os acessos acima facilitaram nossos deslocamentos.
Direção e Degustação no Vale dos Vinhedos
Em relação a direção e álcool sempre tínhamos o motorista da rodada, no nosso caso alguém que no momento tinha apenas degustado um ou outro vinho ou bebido pouco à noite. É claro que isso não era tolerância zero mas ao ficar à noite em Garibaldi e ao utilizar estradas internas para ir e vir reduzimos o risco e não fomos abordados em nenhum momento por nenhuma blitz de balada segura.
Curtimos muito a região, voltamos todos deslumbrados com a organização dos lugares e educação das pessoas. Como falei acima, a sensação é de que a maioria das pessoas faz o que gosta e de forma muito motivada. Viajar assim é muito gostoso, a viagem fica acima dos suas expectativas e as experiências de uma forma geral são sempre muito positivas. Se Gramado é o playground para as crianças o Enoturismo de Garibaldi e Bento é diversão pura ara os adultos ;). Não deixe de considerar essa dobradinha em sua próxima viagem pela serra gaúcha.
Muito boa sua viagem.
Sua obs. Em hospedar se em Garibaldi cidade pequena com ares de serra . Legal.
Gostaria de saber sobre os gastos com almoço e jantar.
Estamos indo em outubro 2020 por 7 dias lá.
O restante de nossa estadia no rio grande do sul será até fevereiro de 2021.
Grata.
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Ola Ruth, tudo bem?
Obrigada por seu feedback. Você vair gostar muito dos dias por lá. Ares da serra e do sul do Brasil 🙂
Se você acessar os demais artigos da serie, em todos eles falo onde fizemos nossas refeicoes e quanto custou.
Grande abraço e obrigada pela visita e coementário.
Ah, quase tenha ainda alguma duvida pode perguntar por aqui, ok?
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