Nesse post começo a relatar com mais detalhes nosso roteiro de 3 dias na cidade de Belem. Para quem ainda não leu, nesse link aqui você encontra o post com o roteiro completo e algumas dicas úteis sobre a cidade e o hotel onde nos hospedamos em Belem.
Como chegamos em um sábado pela manhã e ficaríamos 3 dias, sendo o segundo dia um domingo e o terceiro uma segunda porém de feriado, planejamos que o primeiro local a visitar seria o Mercado Ver-o-Peso. Não sabíamos se ele estaria aberto no domingo e queríamos ver o mercado a todo o vapor. Além disso, em função do horário, também planejamos que nosso almoço seria ali. Queríamos provar o famoso peixe com acaí.
Fizemos bem, depois descobrimos que muitas barracas não abrem no domingo e na segunda do feriado nada abriria.

O mercado é bastante caótico. Algumas partes são apertadas e é bem barulhento em função do alto volume das músicas paraenses. Sem falar que a temperatura e a umidade são altas. Mas tudo isso faz parte do passeio, vá preparado! Beba muita água e abuse do filtro solar!
Na minha opinião as partes mais bonitas são os locais onde ficam o mercado de peixes e o mercado de carnes (foto acima). O mercado de carnes também é muito bonito, com lindas estruturas em ferro. Infelizmente a foto acima é de quando o mercado já estava fechado. Interessante ver que eles removem tudo e fazem uma mega limpeza.
Visitando o mercado de peixes (foto abaixo) fica muito claro que a dieta deles é totalmente baseada em peixes de água doce. Gaúcha que sou, fiquei impressionada com isso.

Além dessas estruturas acima existem muitas barracas, segmentadas por tipo, que vendem os mais variados produtos. Entre os mais típicos:
- a parte das hortaliças, onde reina o jambu (famoso por adormecer a boca);
- a maniçoba (um preparado feito a partir da folha da mandioca, que depois de 7 dias é misturada à carnes de porco defumada – é a feijoada paraense);

- o tucupi (caldo extraído a partir da mandioca brava) que fica próxima aos inúmeros tipos de farinhas (mandioca, d’agua, tapioca, etc..);

- muitas barraquinhas onde se vende o pirarucu defumado, que rende ótimos bolinhos com a textura parecida com a do bolinho de bacalhau (o problema aqui é o cheiro extremamente forte);
- e, é claro, a parte dedicada à nossa castanha mais famosa, conhecida como castanha brasileira no mundo e como castanha do Pará no Brasil.

Na foto acima é possível observar os diferente preços. Fiquei curiosa e fui perguntar o porquê dos preços diferenciados. A vendedora me explicou que o preço é estabelecido em função do tamanho, #vivendoeaprendendo.
Além das barracas acima existe também uma parte dedicada a venda de polpas de fruta. É impressionante a diversidade de frutas que a região possuí. A maioria dos quiosques vendem polpas porém encontramos um que vendia os sucos. Ali o suco de acerola, foto abaixo, mais parece um molho de tomate não é mesmo?

Complementam a oferta uma parte dedicada aos artesanatos e também a parte de restauração. Nessa última são duas subdivisões distintas: em uma parte ficam os pequenos quiosques onde se vendem refeições a preço fechado e também os peixes com acaí. Nesse caso você senta em um balção e come mais rapidamente, é um serviço mais informal.
Na outra parte a estrutura é um pouco melhor (foto acima), existe um serviço de atendimento em pequenas mesas e os pratos são a la carte e mais variados. Porém também é bastante informal e quente como na outra parte.
Optamos por almoçar no estilo mais local possível. Sentamos em um dos balções e pedimos o peixe com acaí (foto acima). Tínhamos 3 opções de peixe: pescada inteira (10 reais), filé de dourada (12 reais) e filé de pirarucu (18 reais). Nesse preço estava incluído o acaí, que vem sempre acompanhado de farinha de mandioca, tapioca e gelo. Caso você optasse somente pelo peixe custava um pouco menos. Começamos pela refeição com a pescada inteira da foto e depois pedimos um filé de dourada à parte.
Pedimos apenas uma refeição com acaí porque não saberíamos se nos adaptaríamos ao jeito paraense de comer o acaí, salgado. Realmente é muito diferente e fizemos bem em pedir um só. Até porque a quantidade de acaí servida é bem substancial. Essa refeição no Ver-o-Peso nos custou 20 reais.
Devo confessar que depois de toda a experiência ainda prefiro o acaí ele doce em formato de vitamina ;).
Adorei conhecer o mercado. Ele é super típico e muito frequentado pelos locais, eram muito poucos os turistas. Interessante também que você percebe com o tempo que todos esses produtos, que cada vez ficam mais conhecidos na Brasil como um todo, são o arroz com feijão do paraense. Uma dieta muito diferente e muito rica.
Almoçamos e fomos caminhar no porto em frente ao mercado. Aqui confesso que o lugar me decepcionou muito. São muitas embarcações de pescadores e consequentemente muitas carniças de peixes deixadas por perto o que atrai muito urubus. É bem nojento e o cheiro não é nada agradável, #umapena!
Decidimos voltar em direção ao mercado e passamos por um local de onde partiam vários barcos. Foi ali que vi os barcos para Barcarena, local que minha irmã comentou comigo que tinha visitado em uma viagem a trabalho. Conversamos com um dos vendedores de tickets e ele nos contou que indo até Barcarena e depois pegando uma van era possível chegar a uma praia muito frequentada por eles, chamada Caripi.
Eu estava super curiosa para conhecer uma praia de rio. Antes da viagem li sobre a Ilha do Algodão, Salinópolis e mesmo Alter do Chão porém como todos os lugares eram muito distantes, assim como a ilha do Marajó, decidi não incluir nenhum no roteiro e deixar para um próxima oportunidade.
Porém, depois de termos conversado com o vendedor, pensamos: talvez seja uma boa colocar esse lugar no roteiro caso sobre tempo ou caso não seja possível ir a todos os museus porque eles poderão estar fechados. Dito e feito, Barcarena + Capiri acabou entrando como uma luva no nosso terceiro e último dia de viagem. Mais para a frente conto como foi.
Seguindo com o planejamento do primeiro dia, fomos até a Estaçao das Docas para o momento sobremesa. Na estação das docas fica a sorveteria Cairu. Na verdade ela está por toda a cidade mas a que fica localizada na Estação das Docas era a mais próxima da gente naquele momento.

Entrar na Estação das Docas foi um alívio. O ar-condicionado bombando nos deu um “up”. O calor e a umidade de Belem castigam muito e olha que sou nascida e criada em um dos locais mais úmidos dessa terra…risos.
A Cairu é muito famosa e não é a toa. Os sorvetes, além de muito diferentes devido a enorme diversidade de frutas da região, são muito bem feitos. Naquela tarde fomos de taperebá, um sabor azedinho que lembra um pouco o maracujá. Adoramos!

A Estação das Docas é um local muito agradável, sair do Ver-o-Peso e ir até a Estação é um contraste e tanto. Quem não tiver disposição para encarar o almoço no mercado pode optar pelo almoço na Estação. Entre um e outro não são nem 5 minutos de caminhada. Outra opção é almoçar no Point do Acaí, que também serve a mesma refeição de peixe + acaí do mercado porém em um ambiente arrumadinho. O Point o Acaí fica em frente a Estação das Docas. Irei falar sobre ele no segundo dia do roteiro.
Depois do almoço seguimos para o passeio que tínhamos planejado para a parte da tarde. Optamos pelo parque Emílio Goeldi porque ele estava próximo do nosso hotel e pensamos que, como poderíamos estar muito cansados em função de termos acordado cedo, seria uma boa alternativa ir voltando em direção ao hotel na parte da tarde no primeiro dia.
O Parque Emílio Goeldi é um passeio bem interessante. Eles possuem uma parte dedicada à mostras e naquele final de semana tinha uma exposição realizada em conjunto com um museu holandês sobre índios da região. A mostra era pequena porém fazia uso de inúmeros recursos audiovisuais que a tornavam moderna e didática.

Percorremos o museu e depois fomos conhecer o resto do parque. O parque é um oásis no meio da cidade. É possível observar inúmeras espécies de animais e da flora local. Impressionante! O passeio levou em torno de 1,5 horas e custou 2 reais por pessoa.

Saímos do parque ainda não tão cansados então aproveitamos para conhecer a Basílica Santuário de Nossa Senhora de Nazaré que fica muito próxima ao parque. A Basílica é muito bonita, toda em mármore. Um luxo. Lá dentro, ar-condicionado, coisa boa. Entrada gratuita.

Descançamos um pouco na Basílica e como estava batendo aquela fominha decidimos provar o Tacacá da Tia Maria. O tacacá foi nosso café da tarde. E parece que isso é bem normal por lá. O tacacá é muito consumido no Pará e a tia Maria é a rainha do Tacacá. Dividimos o tacacá da foto, o prato abaixo custou 13 reais.

O tacacá é bom. Nesse prato foi possível provar o tucupi, que é utilizado no caldo junto com a goma da mandioca e também o jambu. O problema foi a quantidade de jambu, para quem não está familiarizado pode ser uma experiência forte.. risos. Optamos por deixar um pouco no prato por medo que o corpo todo adormecesse e não somente a boca.
Depois do Tacacá só pensava em um café, #viciada! Foi aí que lembrei de uma cafeteria que tinha encontrado enquanto planejava a viagem, a Tasca do Mercado. Ela fica ao lado do Tacacá da Tia Maria. Fomos até lá, tomamos um excelente expresso e na volta passamos na Tia Maria novamente, #gordices. Compramos uma cocada maaaara! Compramos a de coco mas também tinha de coco com maracujá e de coco com cupuaçu. Pagamos 4,5 reais a cocada.
Depois de tudo isso acima voltamos ao hotel para descansar antes de partir para o programa da noite. Tínhamos uma reserva no Remanso do Bosque, restaurante especializado em cozinha amazônica considerado o 38º melhor restaurante da América Latina. Fizemos a reserva para o sábado à noite porque o restaurante não abre no domingo à noite e na segunda à noite seria nosso retorno. A reserva foi feita por email.
A experiência gastronômica no Remanso do Bosque foi ótima. A decoração é bonita porém mais clássica do que moderna ou mesmo típica. Esperava um ambiente mais requintado em função da fama mas gostei do estilo mais familiar-elegante, com mesas grandes e iluminação clara.
Logo na entrada uma lojinha com produtos locais tornava o ambiente acolhedor e depois de passar por ela era possível avistar a cozinha. Fomos recebidos e levados até a mesa que estava reservada. O restaurante não estava lotado mas mesmo assim mencionei a reserva. Ainda bem, olha que fofo o que nos esperava: uma casca de castanha em cima da mesa com meu nome. Original! A mesa então, dispensava comentários, olha essa madeira!

O serviço do restaurante é muito bom e muito necessário pois é difícil entender todos os ingredientes e tipos de peixe.
De entrada fomos de biju com tomates e manjericão, acompanhados de um pisco de cachaça de jambu. Demais esse pisco! Olha o jambu aí de novo, confesso que não esperava comer tanto jambu no primeiro dia. Essa cachaça é muito famosa e boa. Tem que provar!

De prato principal eu fui de filhote – filé de peixe filhote, acompanhado de feijão manteiga e mandioca. Eles foram super simpáticos e fizeram meio prato pois o prato do cardápio servia duas pessoas. Já meu namorado foi de pirarucu defumado com leite de castanha do Pará acompanhado de farofa e arroz. Divino! Acompanhamos os pratos com a Amazon Beer do tipo larger, uma cerveja local.

Optamos por dividir a sobremesa. Uma panna cotta feita com cumaru (o favo de baunilha da amazônia), com raspas de coco, geléia de cupuaçu e farofa de castanha. Ufa!!! Pra fechar com chave de ouro! Todo o banquete acima custos 150 reais por pessoa.
Terminado o jantar foi hora de seguir para o hotel. Nosso hotel era próximo do restaurante. Fomos e voltamos de táxi, 18 reais cada corrida. Durante o dia todo o deslocamento foi feito caminhando ou de transporte público (2,70 reais o custo unitário da passagem de ônibus). Ao lado do nosso hotel passavam diversos ônibus em direção a inúmeros lugares, acho que nunca esperamos mais de 5 minutos. Ah, todos os motoristas muito atenciosos e nenhum ônibus lotado.
Termino aqui o roteirinho do primeiro dia, logo logo vem o do segundo!
Nossa que legal esse post, eu não conheço Belem mas já fiquei ncom vontade de conhecer, nosso Brasil é tão maravilhoso neh…cadastra seu blog com a gente la em feedhi.com é uma plataforma para bloggers muito boa e gratuita e vale muito a pena, assim podemos compartilhar seus post nas nossas redes sociais, gostei muito do blog..Qualquer duvida só avisar..Bjuss
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Olá Renata, realmente nosso país é tão grande e tão rico que a falta de infraestrutura e de tempo fazem com que a gente não conhceça muitas coisas. Obrigada pela visita! Adorei a dica. Vou olhar com calma depois. Abraços!
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Essa postagem sobre Belém me fez relembrar as viagens que para lá fiz! As fotos estão ótimas e deu até para sentir o gostinho do sorvete de lá, muito boooommm!!! Na segunda vez fui à Ilha de Marajó que possui muitos encantos, tais como búfalos e passeios em igarapés…
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Olá Roseane, obrigada pelo seu comentário. Adorei! A Ilha de Marajó ainda esta na minha wishlist 😉
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Muito bom seu relato!
Estou indo para lá no carnaval!
Vc achou tranquilo andar pelas ruas de Belém, ou achou perigoso em algumas partes? Isso pq a gente aqui do Sul tem bem cara de turista
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Oi, Michele. Tudo bem? 🙂
Seu post foi selecionado para o #linkódromo, do Viaje na Viagem.
Dá uma olhada em http://www.viajenaviagem.com
Até mais,
Bóia – Natalie
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