Depois de mais um excelente café no Baresso, partimos em direção a primeira atração do terceiro dia em Copenhagen/Copenhague: a comunidade/bairro de Christiania. Não sei como, mas nunca tinha escutado falar de Christiania, e olha que tive uma época meio “hiponga” na vida. Eu não sabia exatamente o que encontrar mas, queria ver com meus próprios olhos. É um modelo alternativo de ocupação e estava curiosa.

Christiania é uma comunidade com cerca de 850 habitantes e 34 hectares, ela fica bairro de Christianshavn em Copenhague. No coração da cidade. Foi fundada em 1971 por hippies, anarquistas, artistas e músicos que invadiram uma área recém-abandonada de uma base militar como forma de protesto ao governo da Dinamarca. Desde então a comunidade se estabeleceu e se organizou. São muitas pessoas morando lá e a lista de espera para morar é enorme. Todos querem um canto para chamar de seu em Christiania.
Pegamos o metro próximo ao nosso hotel (estação Ørestad) e descemos na parada Christianshavn. Do metro em diante fomos caminhando. No caminho passamos pela Igreja do Nosso Salvador, famosa por sua torre em espiral que permite uma linda vista da cidade. Alguns metros depois entrávamos em Christiania.
Quando se entra no local é como se estivéssemos entrando em um parque, surge um portão de entrada (aberto), uma área verde e uma rua de terra. É como se você saísse da cidade para a zona rural, tudo vai ficando mais tranquilo. Você avista casas de moradores, centros de apoio aos moradores, cafés, e outros prédios.

Caminhando sempre com a máquina fotográfica em mão, em certo momento fui “repreendida” por alguém que acredito que fosse um dos moradores com a seguinte frase: “no photo means no photo in any language”. Resumindo: tinha uma placa de proibido tirar fotos e eu não tinha visto 😦
Achei a atitude do camarada, como chamaria minha mãe, bem ríspida e comecei a ficar com um misto de medo e raiva #sangueitaliano. Enfiei a maquina/iphone na bolsa, caminhei alguns metros e descobri o porquê, em uma espécie de praça, com várias mesas e micro-quiosques ao redor, todos vendiam, compravam e fumavam maconha abertamente. Tinha lido na wikipedia, e ainda está lá, que existia (isso mesmo, no passado) um comércio mas na realidade ele ainda existe e é bem ativo.
Depois da “falta de educação” do morador não quis me unir aos grupos que bebiam cerveja e fumavam maconha em plena 10 horas da manhã. Se soubesse disso teria passado no horário do happy hour 😉 Dessa forma, seguimos adiante explorando o local. Vimos algumas fazendas, fizemos uma pequena trilha, cruzamos algumas pontes, passamos por uma área muito bonita (foto abaixo) e no final saímos quase que pelo mesmo local por onde entramos.


Foi uma manhã agradável apesar da grosseria do cara no entanto, algo que me chamou a atenção foi uma operação policial que ocorreu por lá enquanto caminhávamos tranquilamente. Nunca imaginei poder ver a polícia dinamarquesa em ação…huahuahua.
Nosso próximo foi o bairro/canal de Christianshavn. O bairro é bem charmoso, cortado por alguns canais, assim como Christiania. Várias pontes móveis dão acesso para passantes, ciclistas e barcos de passeio. Muito diferente. Muita infra-estrutura.



É no bairro de Christianshavn que fica localizado o famoso restaurante Noma. Quando me lembrei disso decidi procurá-lo e não foi muito difícil encontrá-lo; fui literalmente pelo cheiro. Primeiro encontrei uma parte da cozinha a céu aberto (foto abaixo), bastou dar a volta no prédio e lá estava ele.


Como nosso budget para o almoço era bem menor do que necessário para o Noma, partimos para o nosso próximo destino: o Papiroen, um mercado coberto de comida de rua que contém vários quiosques de comidas de várias partes do mundo.

É claro que a Dinamarca está representada mas ela é somente um dos quiosques. Provamos ali os famosos Smørrebrød, uma base de pão preto, chamado rugbrød, sobre o qual se colocam os mais variados ingredientes que são servidos sempre frios.


O interior do Papiroen é meio escuro, ainda mais se você considerar que estava um dia de sol lindo, no entanto, imagino que em dias frios a estrutura seja bem aconchegante.

O legal é que ele também possui uma área externa,com uma linda vista da região e com uma boa conexão, via barco (water buses), com o porto de Nyhavn.

Almoçamos e pegamos o barco 993 (não precisamos pagar pois tínhamos o passe de 3 dias do transporte público, falei sobre ele aqui) um barco de menor porte que faz o trajeto Papiroen, Opera, Nyhavn. Em menos de 10 minutos estávamos em Nyhavn.

A região do porto de Nyhavn estava lotada. Todos estavam se divertindo muito e o ambiente era de alto-astral. Sem falar que o lugar além de turístico é muito pitoresco e fotogênico. É de Nyhavn que partem a maioria dos barcos de turismo que fazem os passeios pelo canal, naquela tarde ouso apostar que não haviam lugares livres.

O que mais gostei em Nyhavn foi uma sorveteria chamada Vaffelbagere. Na Vaffelbagere o ponto alto é a casquinha do sorvete. Aliás, não só a casquinha como wafles e churros com sorvete. Uma ótima ideia para lugares mais frios não é mesmo?
Depois de devorar nosso sorvete fomos explorar a outra margem do canal. Saímos em direção ao sul, a Havnepromenade e a ilha dos museus e seu canal.




Depois de muito caminhar decidimos pegar novamente o water bus e desta vez fazer um tour da Biblioteca Real até a Pequena Sereia.

Foi um passeio bem legal. Como tínhamos o passe do transporte público não foi necessário pagar esse “water bus” também. Além disso, praticamente fizemos um tour com ele, já que esse barco faz praticamente o mesmo trajeto dos passeios dos barco s privados.


A parada para acesso à Pequena Sereia também da acesso à Charlotembourg e a Igreja de Mármore, a foto está no primeiro post da série. A caminhada até a estátua é pequena e agradável. A estátua também é pequena, mas todos falam tanto disso que eu a esperava diminuta. No final, ela é quase do tamanho que seria uma pessoal real naquelas condições. Gostei de como a obra acaba interagindo com a paisagem e com o lugar.

Terminamos esse passeio por volta das 18 horas e começou a bater uma fominha. Aproveitamos e fizemos um happy hour em um lugar muito charmoso à beira do canal. Aquele típico para ver e ser visto, o Toldboden. Pedimos um cachorro quente de lagosta e vinhos branco e rose para acompanhar. Foi o cachorro-quente mais estranho e caro da nossa vida mas valeu pelo local.

Quando o sol baixou e o frio da noite começou a bater fomos para o nosso destino final do dia e também que fecharia os três dias de passeio em Copenhagen, a Pizzaria Orgânica Neighbourhood, no bairro de Vestrebro.

Mais uma vez, um lugar descolado, moderninho e cheio de identidade. Também foi a pizza mais estranha que já comi, já o preço regulava com boas pizzarias do Brasil. Gostei mas acho que não repetiria, achei os sabores muito exóticos.