Trinidad foi a última parada do nosso primeiro dia de road trip pela Costa Oeste do Uruguai. Escolhemos a cidade para pernoitar em função de termos gostado da oferta de hotéis da cidade e também porque dessa forma ficaríamos um pouco mais próximos de Carmelo, a próxima cidade que conheceríamos antes de chegar a tão esperada Colonia do Sacramento.

Chegamos na cidade no final da tarde e fomos direto ao hotel escolhido, o Hotel Gran Flores. O hotel possuía estacionamento porém o pessoal da recepção nos informou que se quiséssemos poderíamos deixar o carro estacionado na praça principal da cidade que ficava exatamente em frente ao hotel. Segundo eles, o inconveniente seria que teríamos que retirar o carro antes das 9 da manhã ou então pagar o estacionamento.

Fiquei impressionada com duas coisas: a segurança e a organização. Comparo sempre com minha cidade natal, há poucos quilômetros dali e com o triplo do tamanho. Acho que não deixaria o carro na praça, sem falar que durante o dia a praça central é caótica pois as pessoas que ali trabalham deixam o carro estacionado o dia inteiro e prejudicam aqueles que precisam ir ao centro para resolver algo rápido. Sem dúvida esse tipo de iniciativa favorece o coletivo. E sem dúvida o Brasil tem muito a aprender com o Uruguai.
Pois bem, fizemos check-in no hotel, preparamos um chimarrão e fomos para a Praça Central. Como diria o ditado: no Uruguai faça como os Uruguaios 🙂 Se você quiser saber mais sobre o hotel acesse esse post aqui.

Estava um final de tarde muito agradável e bastante quente, outono com cara de verão. A praça estava cheia de famílias e grupos de amigos. Uma cena típica de um interior tranquilo onde a vida passa sem pressa. Nessas horas você se dá por conta que não é apenas uma cidade do interior de vida pacata e sim uma cidade do interior, de vida pacata e mente aberta pois o cheiro de “maconha” estava por toda a praça.
Logo ao chegarmos na praça vimos que em um canto da mesma existia uma espécie e de amostra a céu aberto. Achei muito educativo, vários painéis contavam a história da cidade e de todos os prédios importantes ali localizados. Nada melhor para os turistas que tinham acabado de chegar!

Ficamos um tempo na praça, tiramos fotos e depois fomos jantar. Optamos por jantar no restaurante do hotel, chamado Don Quijote. Tinham poucas pessoas naquele dia mas o serviço foi simpático e a comida muito boa.

Naquela noite provamos dois pratos típicos do Uruguai, a “Bondiola de Cerdo”, um embutido de porco que no restaurante Don Quijote foi servido com um molho e um purê de abóboras (que não saiu na foto mas era tão grande quanto a bondiola) e um prato de massa (no caso ravioli de abóboras) com molho “Caruso”, um molho considerado patrimônio do Uruguai, criado em homenagem a visita de um tenor italiano de mesmo nome ao país.
Foi nessa noite no Don Quijote que aprendemos que tínhamos que cuidar o tamanho dos pratos, os pratos no Uruguai são muito fartos. Os pratos acima são individuais. Depois de tanto comer tivemos que sair para passear e fazer a digestão. Nada melhor do que estar em um lugar seguro e poder sair sem preocupações não é mesmo?
Logo acima da praça central visitamos o calçadão comercial da cidade. Bem pequeno porém uma graça, muito limpo, decorado, organizado e bem cuidado. Também aproveitamos para admirar a arquitetura de alguns prédios antigos que foram 100% restaurados e a iluminação da cidade, uma graça.



O Hotel Maxim, hotel onde chegamos a pensar em nos hospedar fica em um prédio muito bonito e bem conservado e possuí uma recepção linda. Confesso que ao vivo achei muito mais bonito do que nas fotos do Booking.com.

Outra coisa que chamou minha atenção naquela noite foram as ciclovias espalhadas pela cidade e a quantidade de pessoas que mesmo a noite se locomoviam em bicicletas. Mais um ponto para o Uruguai.
Passamos um noite ótima no hotel, o único inconveniente, e que já fazia parte da previsão, foi uma mudança abrupta de clima, um temporal com raios de trovoadas de tirar a gaúcha aqui da cama. Impressionante. Esse tipo de mudança climática é comum no sul do Brasil mas no Uruguai o fenômeno é mais assustar e rápido, a massa de ar quente que fez o outono parecer verão foi varrida do mapa em poucas horas, isso acontece porque quando a frente fria se aproxima do Uruguai não encontra restrições pois o país é plano e baixo então vem com tudo. Ainda bem que nossas malas eram pequenas mas estavam preparadas para as quatro estações do ano…. risos.
Acordamos no outro dia com um clima típico de outono Uruguaio. Chovia, ventava e estava nublado. Foi ótimo para um café da manhã aconchegante em um café ao lado do hotel. Uma graça o lugar! Entre bons cafés, medialunas (croissants) e scones (que loucura não comia desde Dublin, nem acreditei quando vi que tinham) passamos quase um hora no café antes de partir para Carmelo (que será assunto para o próximo post).

Ah, antes de deixar a cidade voltei ao calçadão e comprei um chip de celular pré-pago na loja da Claro. Nesse post aqui você encontra os detalhes do plano que comprei. Aproveite e tirei mais uma foto do lugar de dia 🙂

Dicas Importantes para viagens pelo Uruguai
- Não esqueça que pagando os restaurantes no cartão você tem direito à devolução do IVA;
- Se for viajar com carro pra além da fronteira não esqueça de fazer a carta verde;
- Nesse caso também avalie a contratação de um seguro saúde, fica próximo do Brasil mas é no exterior. Se a viagem for terrestre não se esqueça que o cartão de credito não oferece seguro gratuito.