O primeiro dia de viagem por Copenhague ou Copenhagen começou no final da tarde. Devido a compromissos de trabalho precisei ficar algumas horas no hotel e só saímos para explorar a cidade à tardinha. Na primavera, já com o horário de verão na Europa, os dias são longos e isto foi uma vantagem. Informações sobre o hotel onde nos hospedamos e sobre o roteiro geral desta viagem pela Dinamarca você encontra no primeiro post da série, acesse aqui.
Assim, saímos do nosso hotel, o Cabinn Metro, com o metro em direção. No bairro onde estávamos hospedados o metro é de superfície porém ao nos aproximarmos do centro, o mesmo se torna subterrâneo.

Conforme é possível ver no mapa acima, saímos da estação de Orestad em direção ao centro, estação de Norreport. Em menos de 15 minutos estávamos no nosso destino. No mapa acima também é possível visualizar ambas as linhas do metro (em verde e amarelo), os trens regionais (em vermelho) e os trens operados pela DSB (em cinza).
Pegamos uma das saídas do metro e fomos dar direto na Rua Kultorvet e na praça da mesma. Uma graça a praça, muitas pessoas conversando nos cafés.

Passamos pelo local e paramos na esquina para uma boquinha no 7Eleven. Estava varada de fome e ainda tínhamos algumas horas até o horário da reserva para o jantar. Comemos uma espécie de cachorro-quente (parecido com os que temos no Brasil com uma salsicha enrolada no pão); coisa boa encontrar algo salgado de forma tão fácil para comer, em Dublin tenho a maior dificuldade, quase tudo é doce, o que é salgado é gigante, não exatamente um snack. Dois cachorros quentes no custaram 22 DKK (aprox. 3 EUR).
Alimentados, seguimos pela Rua Købmagergade e fomos dar direto na famosa torre Rundetaarn que tem uma vista muito bonita de cidade.

Não subimos na torre, decidimos deixar para outro, porém, acabamos não voltando 😦 Meio que sem querer nos deparamos com a Storkespringvandet, fonte da foto abaixo, que fica na Rua Stroget, famosa por ser uma das maiores ruas de compras da Europa.

A rua é realmente uma graça. Toda para pedestres, com diversos cafés, restaurantes, lojas e passantes. As lojas já estavam fechadas, ou fechando, mas as pessoas ainda estavam na rua passeando ou mesmo nos restaurantes, sabe como é, o povo janta cedo nessas bandas.


Os pandoramaníacos devem saber que a Pandora é dinamarquesa não é mesmo? Então não dá para não conferir a loja de Copenhagen. Eu não sou grande entendida mas vi alguns braceletes ali que nunca tinha visto.


Deem uma olhada no prédio da foto abaixo, à direita. Ele possui um termômetro. Não sei o que me apavora mais, se a temperatura máxima ou a mínima… risos.

Andamos toda a Stroget até a Praça Rådhuspladsen, local onde fica a prefeitura.

Nosso destino era o bairro de Vesterbro, também chamado de Copenhagen V. O bairro da luz vermelha e atualmente um dos bairros da moda na cidade. Com vários restaurantes descolados e vida noturna animada. Eu gostei do bairro apesar de achar algumas partes meio caídas.
Andamos na direção dele porque tínhamos reserva para o jantar em um restaurante localizado ali. Uma vez no bairro, se puder não deixe de conferir o Copenhagen Meatpacking District Food & Market, que infelizmente só funciona aos sábados e domingos. Como não ficamos na cidade não foi possível conhece-lo, mas #ficaadica.
No caminho para o restaurante acabamos passando pela estação central de trens e pelo Parque Tivoli Gardens. Foi bom para começarmos a nos situar. Foi também útil porque descobrimos que poderíamos voltar para o hotel da própria estação central de trens, utilizando o trem da DSB que vai para o aeroporto (em cinza na primeira imagem). Muito conveniente.
Chegamos no restaurante um pouco antes do horário e ao constatar que ficava ao lado de uma cervejaria que nos tinham recomendado decidimos parar antes na mesma para um aperitivo.


O Bar Mikkeller foi um excelente pit-stop. Uma micro cervejaria excelente. A cerveja muito boa e o ambiente tranquilo, o mais difícil foi escolher qual beber dentre tantas opções. Se você curte o mundo das cervejas não deixe de visitar e ler sobre a história da Mikkeller, é bem interessante. Duas cervejas (foto) nos custaram 110 DKK (aprox. 15 EUR).
Do Mikkeller fomos jantar no Cofoco. Esse restaurante foi dica de um amigo dos nossos amigos que moram na Dinamarca. O Cofoco (Copenhagen Food Consultant) é um grupo com mais de 14 restaurantes e o primeiro restaurante do grupo leva seu próprio nome.

A experiência gastronômica foi uma loucura. O restaurante é relativamente pequeno e informal. Esperava mais pompa e achei ótimo a atmosfera mais relaxada e informal. A garçonete/hostess/sommelier foi extremamente simpática. Toda vez que um novo prato chegava ela explicava os detalhes e puxava assunto para saber se tínhamos gostado, se algo tinha chamado nossa atenção e por aí vai.
Para quem não conhece o conceito da nova cozinha nórdica, ele se baseia em uma volta as origens da culinária nórdica, através da valorização dos locais, de estação e produzidos na região; no entanto, sempre primando pela inovação e pela experiência do cliente com a refeição. Dessa forma, os menus mudam a cada estação. Dei sorte, fui na época das vieiras e mexilhões e no final da temporada das ovas.
Escolhemos o menu de quatro pratos em que o último era uma sobremesa. Além dos pratos nos serviram uma pasta de entrada com pães artesanais integrais. Não escolhemos o menu wine-paring, que seria a possibilidade de harmonizar cada prato com um vinho específico, optamos apenas por escolher uma taça por pessoa.

Queria poder explicar cada prato com a riqueza de detalhes que me foi explicada. Como infelizmente não consigo farei um breve resumo:
– o primeiro foram vieiras grelhadas que vieram sobre um molho levemente adocicado e uma pequena salada de folhas e sementes;
– o segundo foi uma sopa de mexilhões extremamente delicada, que tinha uma consistência de espuma. Mexilhões mesmo não tinham no prato, apenas seu gosto. Acompanhavam ervilhas, ovas de truta e óleo de endro e croutons;
– o terceiro foi um lombo de vitelo acompanhado de uma salada de folhas verdes com um molho de ramson, que é uma espécie e alho selvagem;
– a sobremesa foi um sorvete de baunilha, com coalhada de limão, merengue crocante e crispes de ruibarbo.
Como se a comida não fosse boa, a apresentação era impecável. Cada prato servido em um prato específico, muito diferente desta louça padrão que se usa em muitos restaurantes. Dava até pena de comer, pareciam pequenas obras de arte. Pequenas porque todos os restaurantes enfatizam muito que na verdade os pratos são porções (all plates are small dishes). Dois menus, duas taças de vinhos brancos húngaros e tips nos custaram 770 DKK (aprox. 100 EUR).
Como escolhemos os restaurantes em Copenhagen
Escolher não foi tarefa fácil. Compilei todas as fontes (Tripadvisor, Guia Michelin, Visit Copenhagen e dicas dos amigos) e fui fazendo um trabalho de exclusão. Tínhamos três noites e ao menos em duas decidimos que provaríamos os menus. Como iniciantes decidimos começar por bons restaurantes mas que não precisariam ser estrelados. A localização foi um fator importante, não estava nos nossos planos gastar com taxis, li em algum lugar sobre Copenhagen e concordo, era algo do tipo “andar de taxi em Copenhagem é tão unkopenhagish”. Sem falar que é muito caro.
Buscamos também por algo local, restaurantes com muita influência asiática, por exemplo, ficaram para a próxima. Sem falar que nenhum italiano, francês ou especializado em carne entrou na nossa lista de avaliação.
Depois da escolha do Cofoco buscamos por um segundo restaurante com um menu com ingredientes diferentes e também que fosse em um outro bairro. Sei que cada lugar tem seu tempero e sua assinatura mas como os ingredientes de estação são limitados achei alguns menus parecidos.
No final achei que ficamos com duas excelentes opções. A outra foi o Radio, que irei comentar no próximo post. No terceiro dia abrimos exceção para uma pizzaria porém, pizza orgânica com ingredientes locais. Uma proposta muito diferente. Irei falar sobre a pizzaria Neighbourhood mais para a frente também. Bom, termino aqui o post sobre o primeiro dia, espero que tenham gostado 🙂
Um comentário sobre “Roteiro de três dias em Copenhagen – Primeiro Dia”