Roteiro de 3 dias em Belem do Pará – Terceiro dia

No terceiro dia da viagem a Belem finalmente encaramos a ida até Barcerena e Caripi. Para quem ainda não leu os demais posts desta viagem em Belem eu vinha falando sobre esse passeio desde o primeiro dia de viagem.. risos. Acesse o post com o relato do primeiro dia de viagem aqui, com o relato do segundo dia aqui e com o roteiro completo e dicas aqui.

Acordamos mais um vez por volta das 09 horas da manhã. Desta vez decidimos tomar café da manhã no próprio Ibis Budget para não atrasar muito e conseguirmos pegar o barco que saía as 10 horas de um dos portos improvisados que fica entre o Mercado Ver-o-Peso e a Estação das Docas.

Existem dois portos onde é possivel pegar os barcos. Os barcos de ambas são muito parecidos o que muda é que, de forma aleatória, os barcos que partem são expressos ou não. Demos sorte pois às 10 horas estava saindo um expresso. O tipo expresso faz o trajeto em 45 minutos enquanto o outro em 01 hora e 15 minutos. Tudo depende das condições de navegação do rio é claro 🙂

Portos de onde saem os barcos para Barcarena e demais localidades (foto: portaldoxingu.com.br)

Achei bastante confuso o serviço prestado, cada funcionário de cada estrutura tenta te convencer a pegar o barco dele e nesse “jogo de convencimento” te dizem que é expresso o que não é e falam mal uns dos outros, um caos. Os horários também não são muito bem respeitados, é comum o barco sair 15 minutos antes. Isso é ótimo quando você está lá esperando mas é muito ruim quando você planeja a volta e ao chegar descobre que o barco já saiu, o que, infelizmente, aconteceu com a gente.

Pegamos o barco, nada confortável e muito barulhento, e 45 minutos depois estávamos em Barcarena. Se você senta na parte de dentro fica quente porque as pessoas fecham as janelas para não entrar água, já se opta por ficar na parte externa tem que aguentar o barulho do motor. Só para os fortes, olha o detalhe da infra na foto abaixo 🙂

Interior do barco expresso de Belem a Barcarena

A viagem até lá é bastante curiosa, conforme você vai penetrando rio a dentro a sensação que se tem é de que é impossível existir uma cidade no meio de tanta água e mata.

Ida de barco para Barcarena

Pouco a pouco você tem a sensação de que não vai chegar a lugar nenhum até que avista uma casa, uma embarcação ou mesmo um pequeno vilarejo.

Ida Barcarena

Adorei fazer esse passeio mas a verdade é que não é uma embarcação de passeio e sim o meio de locomoção dos habitantes da região.

Chegamos em Barcarena, demos um olhada no local, bem pacato naquela segunda-feira de feriadão e decidimos ir até Caripi. Inicialmente negociamos com um taxista que nos disse que cobraria 60 reais para nos levar e que a viagem demoraria em torno de 40 minutos. Achamos caro mas como estávamos com o tempo apertado chegamos a pensar em ir de taxi. O que aconteceu foi que o taxista não estava muito a fim de pegar a corrida. Ele disse que não era o primeiro da fila e que era caro, segundo ele era mais conveniente pegar o ônibus que iria até lá em 2 horas e custava 5 reais por pessoa.

Como foi a primeira vez que vimos um taxista negar uma corrida ficamos meio sem saber o que fazer e decidimos dar uma volta no centro da cidade. Não precisou andar muito para vermos que não tinha muito o que ver ou fazer. Estávamos pensando em voltar para Belem quando passa na nossa frente o ônibus em direção à Caripi. Coincidência!

A essa altura eram 11:15. Segundo o motorista do ônibus o trajeto até Caripi era de 1 hora e 45 minutos. Pelas nossa contas chegaríamos às 13 e teríamos 1,5 horas no local pois às 14:30 teríamos que pegar o ônibus para estar no porto a tempo de pegar o barco das 16:15 que chegaria às 17 horas no centro de Belem. Nosso horário de late check-out no hotel era às 18 sendo que às 19 tínhamos que estar no aeroporto. Com o tempo contado subimos no busão mas não sem antes nos certificar que poderíamos pegar um taxi em Caripi para fazer o trajeto de volta.

Chegamos em Caripi exatamente no horário previsto. Ficamos um pouco na praia e escolhemos um lugar para almoçar e curtir a paisagem.

Caripi

Não chegamos a tomar banho no Rio porque não levamos roupa de praia para Belem (#amadorismo) mas deu para molhar os pés e sentir a água super quente e o fundo do rio bem fofo. Que pena! Não era à toa que a criançada estava se divertindo para valer.

Caripi

O ambiente em Caripi é super informal. Muitas barracas/quiosques de praia, tanto na beira da areia quanto do outro lado da rua e que possuíam mesas na areia. Cada um com a sua própria música regional (estilo Gabi Amarantos) em um volume altíssimo. Super típico!

No horário em que chegamos o sol estava forte então a maior parte das pessoas estava embaixo da sombra dos guarda-sois dos restaurantes. Escolhemos o restaurante menos barulhento e não tão cheio pois como estávamos com o tempo contado não queríamos que demorasse. Comemos um peixe assado, com salada e farofa. Simples,  bom e barato. O serviço foi rápido e bastante atencioso, o local aceitava cartão.

Praia Caripi - Pikitas Bar (imagem: google street view)
Praia Caripi – Pikitas Bar (imagem: google street view)

Depois de almoçarmos voltamos ao local onde o ônibus tinha nos deixado. Ali avistamos um outro ônibus que já estava parado e sairia em 15 minutos. Segundo o motorista o trajeto dele era diferente mas duraria o mesmo tempo e nos deixaria em um porto de onde em poucos minutos da nossa chegada sairia o barco expresso. Embarcamos.

Para nossa infelicidade ele nos deixou em um porto mas o barco rápido sairia de um outro ao lado e ele esqueceu de nos avisar. Quando nos demos conta, corremos mas já era tarde. Nos restou esperar 40 minutos pelo barco do tipo não expresso que sairia do porto onde ele tinha nos deixado.

Aqui já não sei se é sorte ou azar mas o barco normal acabou partindo 15 minutos mais cedo e isso fez toda a diferença. Ele demorou 1 hora e 40 minutos para chegar em Belem porque durante o caminho o tempo começou a virar para chuva e o barco foi perdendo velocidade.

Volta para Belem, vista de Belem ao fundo

Quando chegamos no porto em Belem o temporal estava armado e éramos como pipoca dentro daquele barco. Só desembarcamos porque a chuva chegou 10 minutos depois.

Aqui fica a dica mais importante: se for fazer esse passeio evite voltar no horário em que chove, normalmente no final da tarde. Ouvi relato de pessoas no barco dizendo que se começa a chuver não tem o que fazer, tem que esperar dentro do barco até que ela passe pois a infraestrutura é precária e o barco não consegue atracar.

Gostei bastante do passeio e encararia o perrengue de novo para curtir aquela praia no entanto não posso deixar de me indignar com a precariedade e desorganização de alguns serviços básicos no nosso país. Diversos portos, horários não respeitados, informações conflitantes e infraestrutura precária tornam difícil a viagem de um brasileiro imagine a de um turista estrangeiro.

Sem dúvida essa última experiência foi para terminar a viagem com fortes emoções!  Como dizem os paraenses: Égua, que susto!

6 comentários em “Roteiro de 3 dias em Belem do Pará – Terceiro dia

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  1. Oi Michele, eu só li o post do terceiro dia e resolvi dar minha opinião como moradora. Sou carioca, mas moradora de Belém há 2 anos e meio, confesso que quando vim parar aqui por motivos de trabalho, quase tive um troço. Minhas impressões eram as piores possíveis, mas quando me mudei de vez percebi que não era tão horrível assim. Na verdade Belém tem seus encantos, mas precisa é de um bom planejamento turísticos. Caripi é um lugar maravilhoso, foi uma das primeiras praias que eu conheci e da região é a que mais gostei. Todas as vezes fiz esse trajeto de carro, só uma vez que voltei de balsa e gostei. Confesso que não me arriscaria nesses barquinhos.
    Com relação a outros pontos turísticos como Mangal das Garças, Complexo Feliz Lusitânia, Orla de Icoaraci, Estação das Docas, Ver-o-peso, a Praça Batista Campos, Espaço São José Liberto, Ilha do Combú, Ilha de Mosqueiro… Adoro!!!!!! Amo descobrir um cantinho novo a cada dia.

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    Beijos!!!

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  2. Gostei de ler o seu texto! Moro em Belém, mas não a vejo com os olhos de uma turista. Ao ler o seu texto, vi que vc caminhou por áreas que eu não me arriscaria (até o mangal das garças, por exemplo), achei o casal corajoso! Hehehe! São os ônus de morar na cidade, que não é tão turística assim, só conseguimos enxergá-la com os olhos de morador, que se ressente por ver belos casarões abandonados, por ver o descaso com o patrimônio público e com a cidade, com lixo pela rua, mal cuidada. Foi bom ler o seu texto e lembrar que temos muitos encantos também!

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    1. Oi Cassia, te entendo perfeitamente. Acho que tenho essa mesma impressão dos lugares no Brasil onde moro e morei. Que bom que gostaste. Fico super feliz! Sua cidade é linda e sofre com o descasso do nosso país em relação ao seu patrimônio como tantas outras cidades que temos. Que pena!! Abraços e obrigada pela visita e comentários!

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  3. Michele, existem outras opções para se chegar em Barcarena de barco. Existem duas empresas, praticamente ao lado do bar Palafita que você mencionou (Jarumã e Arapari), próximo à área da catedral da Sé, que fazem esse transporte de forma mais organizada. São empresas que partem pra diversas localidades no entorno de Barcarena, fazem o trajeto pelo rio até o Porto Arapari (local da última foto) e dali, já é incluso na passagem (valor: cerca de 10 reais) o trajeto por ônibus até a localidade escolhida, como Barcarena. O trajeto de barco dura 45 minutos ou 20/30 minutos se for o barco expresso (que chamam de lancha), que tem horários determinados para sair e ar condicionado. Recomendo que os turistas usem uma das empresas, pois é mais seguro e organizado, os barcos saem nos horários estabelecidos e é possível descer do barco normalmente mesmo debaixo de chuva. A estrutura das empresas é bem melhor do que essa “escadinha” do Ver-o-peso. Trabalho próximo a Barcarena e faço esse percurso todos os dias, por meio dessas empresas, com ou sem chuva o trajeto é feito e o barco atracado, normalmente, a passarela que leva da plataforma de desembarque para a empresa é coberta.

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