Bologna – Cidade das Torres, dos Tortellinis, da Piadina e muito mais

Distante apenas duas horas e quinze minutos de Roma, em trem de alta velocidade, está Bologna/Bolonha – a cidade de origem medieval com o maior e mais bem preservado centro histórico da Itália. Eu não resisti em conhecê-la e amei o final de semana que passei em Bolonha. Bologna é muito bem cuidada e tem um tamanho ótimo, “a misura d’uomo” como costumam dizer os italianos; expressão usada quando uma cidade tem um tamanho bom e oferece muita qualidade de vida.

Segundo o wikipedia, Bolonha é a 2° cidade mais rica da Itália perdendo apenas para Milão.Assim, apesar de pequena para nossos padrões, aprox. 300 mil habitantes, Bologna tem muita coisa a oferecer ao turismo e vale um day-trip ou mesmo um final de semana.

Bolonha está em uma posição estratégica do ponto de vista turístico, os trens que partem de Firenze(Florença) à Veneza ou à Milão quase sempre fazem uma parada na cidade. De Firenze à Bolonha são apenas 45 minutos em trem de alta velocidade. Eu acho que vale muito à pena dar uma paradinha ao menos para conhecer a Piazza Maggiore, as Duas Torres e para provar o Ragu alla Bolognese. Pontos altos de Bolonha!

ONDE NOS HOSPEDAMOS EM BOLONHA

Ficamos hospedados no hotel Mercure Bolonha Centro e a localização, próxima a estação ferroviária, na verdade em frente, foi ótima e muito prática para agilizar a chegada na cidade. O pessoal do hotel foi muito prestativo e liberaram o check-in mais cedo do que o previsto. O hotel tem quartos espaçosos e como nosso quarto era voltado para o jardim era muito silencioso.

Os quartos tem um estilo executivo um pouco antiguado porém os banheiros já passaram por reforme e estão mais moderinizados. Para quem tem pouco tempo na cidade considero a melhor escolha!

NOSSO ROTEIRO DE DOIS DIAS EM BOLONHA

Bolonha é conhecida como a cidade das duas torres, no passado tinha diversas porém, poucas resitiram ao tempo. Sem dúvida um dos principais passeios é subir na Torre Asinelli. Mais do que a vista da cidade de Bolonha, é a experiência em sí que compensa e esse foi nosso primeiro passeio no nosso primeir dia em Bolonha.

No início parecia que ia ser difícil, até pensei: em que furada fui me meter! Explico: existem algumas partes da escada de madeira, que leva ao topo, que possuem degraus muito próximos uns dos outros porém a escada não é toda assim, são só algumas partes e uma delas é justamente o início, o que te faz pensar em desistir.

Além disso é como se a torre fosse dividida em andares, se não me engano são aproximadamente 5, então, enquanto você sobe pode usar esses pontos para dar uma descançada. Esses pontos também são usados para desafogar o fluxo porque a escada usada para subir é a mesma usada para descer e em alguns pontos passa somente uma pessoa por vez. Recomendo a subida apesar dos 450 degraus ou algo em torno disso.

A principal rua de Bolonha, Via dell’Indipendenza, que culmina na Piazza Maggiore e também próximo às Duas Torres, tem um comércio ótimo e praticamente todas as lojas, teatros e palácios são “porticados”, isto é, com arcadas. Aliás acho que a cidade deveria ser conhecida como cidade das arcadas e não das torres porque os arcos realmente mudam a paisagem de TODA a cidade. Já tinha visto esses prédios em Turim/Torino e tantas outras cidades mas em Bolonha eles chamam muito mais a atenção e estão realmente por toda a parte.

A Piazza Maggiore é de tirar o fôlego, com tantos palácios medievais. Tem muitos pontos de interesse, dentre eles a Biblioteca Sala Borsa, a Biblioteca da Universidade de Bologna, a Fontana del Nettuno, a Basílica di S. Petronio e os Palazzos d’Accursio, Re Enzo, dei Banchi e dei Notai.

Seguindo além da piazza Maggiore, próximo as Piazzas Cavour e San Domenico estão as lojas de grifes e outros ponto de comércio. É uma região muito bonita, bem cuidada e charmosa com diversos cafés, bares para aperitivo e sorveterias.

A região mais próxima da Universidade – Palazzo Poggi – é mais decadente e um pouco diferente da região acima. Ali se vê o lado mais “sinistro” (de esquerda) e mais jovem da cidade. Bologna é famosa por ser uma cidade de esquerda. A Universidade é tão grande que caminhando pelas arcadas quase não notamos que tínhamos passado por ela. Também ficou difícil de fotografar.

 

O segundo dia foi dedicado ao Parque Montagnola, um parque elevado que poderia ser bem mais charmoso se estivesse melhor cuidado.

Depois do parque fizemos o caminho através dos arcos que levam até a Basílica della Madonna di San Luca. A partir da Porta Saragozza são aprox. 5km de arcadas que levam você até lá. Sem dúvida o charme aqui está em fazer a caminhada(subida) à pé porém, acho difícil incluí-lo em um roteiro de um dia. Também não recomendo subir a torre Asinelli e no mesmo dia caminhar até lá a menos que você seja um esportista. Uma alternativa para encurtar o caminho é ir de ônibus até o final da Via Saragozza, de lá são 2km, ou mesmo ir de carro apenas para dar uma olhada na paisagem.

Culinária e restaurantes em Bolonha

Além das torres e das arcadas Bolonha é famoso por uma das especialidades gastronômicas da região: os tortellinis, tortellones e seus diversos recheios. É impossível resistir a essa tentação, infelizmente faltou tempo em um final de semana para provar de tudo e como dei preferência a eles acabei não provando a Lasagna alla Bolognesa (outro prato típico).

 

No primeiro dia tive um desvio de percurso próximo ao centro, estava passando na Via delle Pescherie Vecchie e não resiti a Pescheria del Pavaglione que vendia peixes marinados e frescos. Vi a fila, sempre um indício de que a comida é boa, e, acabei almoçando por ali.

Um lugar muito simples, com as pessoas da região inclusive com seus cachorrinhos a tira colo, mandando ver nas porções de peixe com prosecco. “Magari” nossas peixarias no Brasil fossem assim. A dica aqui é visitar essa região quando estiver passeando pelo centro de Bolonha, é uma ótima forma de conhecer a culinária típica da região.

No sábado à noite, tínhamos a dica de uma trattoria mas que infelizmente não podemos entrar porque não tínhamos reserva, a Trattoria Dal Biassanot. Naquela noite fomos à outras duas trattorias também muito bem recomendadas (Tony e Dal Rosso) mas infelizmente o mesmo problema. Então, fica a dica de fazer a reserva com antecedência.

Acabamos optanto pelo Ristorante NiNo (Via Volturno, 9) que tínhamos visto à tarde enquanto caminhávamos e onde sabíamos que tinha o prato que eu estava com desejo de comer: o Tortellone com Gorgonzola e Nozes. O restaunrante era bom, ambiente rústico, atmosfera familiar, comida boa e preços acessíveis. Gostamos bastante e mesmo escolhendo ao acaso a experiência reforça a minha tese de que em geral é difícil comer mal na Itália.

O domingo, que estava reservado à lasagna, acabou fugindo do nosso controle. Terminamos a caminhada à Basílica por volta das 3 da tarde e como a maioria dos restaurantes fecha no domingo ou abre apenas para o jantar ficamos a ver navios em termos de restaurante. No entanto nem tudo estava perdido, achamos uma Piadineria aberta. A Piadina também é uma especialidade romagnola muito famosa. A da foto abaixo foi na Magnifico.

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